25.6.09
30.4.07
R$ 3,29
Semanas se passam e essa sensação de explosão iminente me apavora, no melhor dos sentidos. Essa certeza estranha que imaginava não existir, é algo que me traz segurança e sossego.
Toda primeira vez que a vejo me faz lembrar como era antes, quando não podia abraçá-la e voltava pra casa carregando toneladas de frustrações. Por meia dúzia de mil ou dez mil motivos, não podia me declarar. Ficava na platéia, cuidando pra que a admiração não ultrapasse a linha da obsessão.
Sim, a admiro por tudo que ela é, não pelo que imagino ser.
É real, por mais incrível que pareça, ela é real.
Mesmo sendo o reflexo perfeito dos meus desejos, naquele vestido preto ela era real.
Meu camarada Aristófanes já tinha dito no Banquete.
14.1.07
Pra mais de oitenta
Os olhos cor-de-mel mostrando o suficiente pra ressuscitar o credo de que algumas coisas podem existir pra sempre, basta querer e fazer por onde. A sensação de ser amado de verdade, de forma pura e incondicional, causa um vácuo onde toda e qualquer falta silencia, me deixando pleno. Feliz.
Inexplicável. Certamente a forma que encontrei para explodir. Risos e lágrimas num casamento inédito que só ela causaria.
E agora que a orelha também mexe?
Tenho certeza.
Aquela certeza.
20.11.06
Ela e suas irmãs
Os dias iam passando, a idéia amadurecendo e a vontade de fazer algo bom pra ela chegava a me incomodar.
No dia marcado, logo cedo li na folhinha "Dia de Penitência".
- Ahhhh - disse em voz alta - hoje não... Hoje não!.
Chegando no trabalho tratei de me organizar. Listei telefones de floriculturas, pesquisei preços, repassei os itens e refiz meus horários.
- 21:30 lá, nada de chegar antes! Caso contrário vai ter que ficar na portaria conversando com o porteiro Paulo, o amigão.
Tive a sensação de estar sendo um pouco óbvio. Inteligente como só ela, claro que sacaria algo como um jantar romântico e coisa e tal. Então tinha que ter algo a mais.
Enfretei as minhas "penitências" do dia. E ela, as dela.
Enquanto eu corria do quarto pra cozinha inúmeras vezes sem saber o que fazer na cozinha, mas fazendo exatamente o que tinha sonhado no quarto, o telefone toca.
- Vou ter que ir praí antes do horário, senão vou pegar chuvar e etc. - Fudeu, pensei.
- Te ligo daqui a pouco. - Precisava de um tempo pra pensar. Então resolvi que o "tchan" da noite seria no quarto, não o jantar.
- Vem pra cá, você vai me ajudar com a merenda, traga o vinho. - Pois é, não consegui comprar o vinho, e isso não é problema, ela sempre escolhe melhor. E também cozinha melhor.
A restrição foi passada.
- Você não pode entrar no quarto. - Disse tentando relaxar.
Ansioso, jantei, calibrei no vinho e pensei - é agora!. Com os olhos vendados, a fiz entrar descalça no quarto, de costas. O cheiro já entregava a situação. Nos primeiros passos ela estranhou. O trip-hop downtempo preenchia o espaço. Quando sentou na cama ainda vendada, tateou ao redor com uma cara de quem tava quase sabendo o que era aquilo. Abriu os olhos e se deparou com as paredes refletindo um tom avermelhado que fugia de debaixo da cama. Assim como o chão, a cama toda coberta de pétalas vermelhas.
Ela deitada, sorrindo, jogando pétalas pra cima, a imagem mais linda que meus olhos já registraram nessa vida.
Eu?
Parado, hipnotizado. Sem conseguir sequer entender tamanha felicidade que eu sentia.
Acho que nem eu tenho noção do quanto amo essa mulher.
27.10.06
Sure
Acho que nunca falei sobre certeza com ninguém. Algo que todos sempre precisamos e procuramos. Certeza de tudo. Certeza de que está tudo certo.
Ao meu ver, existem pouquíssimas certezas nesse mundo. Uma delas é o amor. Talvez seja a certeza mais ingrata de todas, pois ilusóriamente ela é compartilhada. Sim, claro. Você tem certeza que você ama alguém, mas nunca terá certeza se esse alguém te ama. Você apenas tem a ilusão de que tem certeza. Quer fazer um teste? Imagine uma coisa simples. Uma pessoa, qualquer, chega pra você e pergunta se a pessoa que você ama, te ama. Você certamente diz que sim, porque sente, porque a pessoa demostra. Mas.. isso basta pra você ter certeza?
Enfim, todos nós sabemos, apesar de não pensarmos muito nisso, que a certeza é pessoal, é nossa, é sobre nossos sentimentos, está dentro de cada um. Eu tenho a certeza absoluta de que amo a Geo. Eu tenho certeza de que quero o bem dela pro resto da vida, da minha vida, da vida dela. Tenho certeza que ela é a melhor coisa que já me aconteceu. Tenho certeza do tanto que amo essa mulher, por mais incomum que pareça ser esse amor, se for considerar o tempo em que ele é cultivado, já nasceu grande.
Certeza.
Eu tenho certeza.
Fora essa certeza, eu preciso ter mais alguma, com relação ao amor? Acho que não.
Não quero ter certeza nenhuma além dessa. A vida se tornaria chata se eu tivesse certeza de que a Geórgia viveria comigo pelo resto da vida. Assim eu não precisaria conquistá-la mais e mais a cada palavra, a cada gesto, a cada momento. E isso é o que eu mais gosto de fazer. Cada sorriso que eu recebo é uma medalha de ouro, cada abraço e beijo é um grau a mais na minha certeza.
Sim, certeza.
Eu tenho certeza.
Absoluta.
Eu penso assim.
Você, como pensa?
24.10.06
Sombra líquida
(...)
- Há cada ano mais ou menos. Podendo ser num intervalo menor, de acordo com a pressão do cotidiano.
- O como você se sente?
- Tô bem.
- Não, digo, o que você sente que te leva a crise, ou como você mesmo diz, ao desmoronamento.
- Ah. Uma série de coisas. Arrependimentos, medos, raiva, rancor, insegurança, incapacidade...
- hummm... continue.
- Tá anotando aí?
- Tô.
- Então. É que eu faço, ou tento, fazer tudo o mais correto possível. Tento não dar margem pra culpas, mas em certos momentos a vida me sacaneia e me coloca em situações do tipo "se correr o bicho pega, se ficar o bicho come". E eu fico sem saber o que fazer.
Sempre achei que ficar quieto na minha, calado era a solução pra maioria dos problemas. Geralmente é uma fuga e nem sempre tem dado certo. Certas vezes se não tomo uma atitude, a merda só fede mais. E quase sempre é merda dos outros.
Mas enfim, só quero paz. O pouco que tenho, é muito para alguns que ainda estão longe de chegar a morar sozinho num lugar bom, ter um emprego, ter bons amigos, banda(s), uma namorada maravilhosa. É nisso que eu tenho que pensar e dar valor. Tá anotando?
- Sim, continue...
- Não... acho que não tenho mais nada pra falar. Agora que te falei isso tudo, vi que não tem nada a ver com nada, acho que não é nada disso. O que eu sinto, deve ser consequência de uma limpeza interna, que acabou de passar no estágio de centrifugação. Amanhã estarei sequinho. Na verdade, no fundo, eu tô bem, tô feliz. Por mais confuso que eu seja.
- Dizem que é do signo.
(...)
20.10.06
The Not Yet Frenws Puffs Land
(...)
- Teve uma época, não muito distante, que eu reclamava pra caralho por não ter o que fazer, xingava a cidade o tempo todo, era um mal humor quase constante.
- Era foda mesmo. Às vezes você ficava insuportável!
- Então... Agora tá até difícil administrar o tanto de compromisso, planejamentos, projetos e idéias.
- Não é bom?
- Bom pra caralho filho. Mas imagine-se num avião supersônico estacionado, e em poucos segundos ele atinge Mach 3.
- Saquei... a força G e coisa e tal.
- Era o que eu queria mesmo, e continuo querendo. Só tenho que me adaptarum pouco melhor.
- Mas você tá bem, não tem que melhorar muito não.
- É verdade... mas olha só esse final de semana, começando por hoje.
• 20/10 | Almoço com Caio
• 21/10 | Almoço com Novos Distantes
• 21/10 | Ensaio com Caio's Band
• 21/10 | Impressões Clippings
• 22/10 | Sessão de fotos com Cine Capri
• 22/10 | Ensaio com Novos Distantes
• 24/10 | Ensaio com Asterisco's Death
- Ahhhh... nem é muita coisa.
- Pois é, considerando o fato de que cada compromisso é num canto diferente do planeta, eu não tenho dinheiro nenhum e tenho uma namorada pra cuidar...
- Faz que nem o japinha de Heroes.
- Pois é, tentei ontem e quase me borrei. Ah, e ainda tenho assistir Lost nos horários livres... tipo de madrugada.
- Boa sorte.
- Obrigado
(...)